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Real muito mais fraco também tem um lado positivo na crise do Covid-19

Real muito mais fraco também tem um lado positivo na crise do Covid-19

Real muito mais fraco também tem um lado positivo na crise do Covid-19

O Brasil passou de um déficit em conta corrente nos dois primeiros meses do ano para superávit de US$ 868 milhões em março, o melhor resultado desde maio de 2017. A balança comercial teve superávit de US$ 4,7 bilhões no mesmo mês, acima do previsto. Para os analistas, os resultados já mostrariam o impulso do câmbio às exportações, enquanto as importações tendem a cair com alta do dólar e queda do consumo.

Com base nestes números, os Brasileiros devem aproveitar o momento e consumir somente produtos de origem Brasileira, fortalecendo a nossa economia e impulsionando também as empresas exportadoras para se manterem no mercado global.

As contas externas podem ter um movimento semelhante ao que ocorreu quando o dólar disparou antes da eleição de 2002, levando à redução do então elevado déficit em conta corrente do país, disse Luiz Fernando Figueiredo, sócio-fundador da Mauá Investimentos e que em 2002 era diretor de Política Monetária do Banco Central. A diferença, diz o economista, é que desta vez as contas externas já estavam mais saudáveis mesmo antes do salto recente do dólar, que passou de R$ 4,00 no final de 2019 até R$ 5,74 na máxima intradiária atingida em abril.

Mesmo após as vendas de dólar realizadas pelo Banco Central este ano, as reservas ainda estão perto de US$ 340 bilhões, contra menos de US$ 40 bilhões em 2002. Segundo Figueiredo, naquele ano, a “fragilidade externa gigante” do país ainda decorria do fato de a dívida pública ser indexada ao câmbio. Hoje, o governo tem mais ativo do que passivo cambial e a dívida se reduz quando o dólar sobe, disse o ex-diretor do BC.

O país pode reduzir um pouco o nível das reservas para abater dívida pública, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes. O Brasil está ampliando as exportações de produtos primários para a Ásia, o que ajuda a amortecer o efeito da crise, disse ele em teleconferência no dia 28 de abril.

O impacto do câmbio depreciado sobre balança comercial tende a acontecer com atraso, mas como o real vem se depreciando há um tempo considerável é provável que haja uma melhora nos resultados, diz Gustavo Rangel, economista-chefe do ING para América Latina.

Um câmbio depreciado sempre pode ser interessante para aumentar a exportação e substituir importações, fortalecendo nossa economia e assim mantendo o dinheiro no mercado de consumo.

Matéria completa: https://exame.abril.com.br/economia/real-muito-mais-fraco-tambem-tem-um-lado-positivo-na-crise-do-coronavirus/

13/05/2020